A palavra cultura tem origem latina e nasceu para definir cultura como cultivo, atenção às plantas, como cultura de toma, repolho, trigo, milho, etc. Posteriormente ganhou muitas outras definições a partir da Filosofia, Sociologia e Antropologia que orientam para uma série de aspectos do entendimento do que vem a ser cultura. Na Filosofia, sendo generalista, a definição mais ampla trata de um sistema simbólico que congrega uma série de indivíduos que interpretam a realidade e conferem sentido à vida a partir destes símbolos. Já na Antropologia a cultura, também em sentido amplo, é entendida como as formas de organização que conferem singularidade à um povo, tanto em suas tradições e costumes, que são repassadas de geração em geração, como nos aspectos linguísticos cumprem parte importante na composição da identidade deste povo.
Somando a definição filosófica com a antropológica temos cultura um conjunto de pessoas que aceitam, vivem e levam adiante comportamentos internos e externos que as identificam como parte de um povo. Não existe aqui um certo ou errado, mas a necessidade de entender que qualquer indivíduo que vá contra os aspectos de convivência do grupo será naturalmente excluído. Os juízos de bom e mau, certo e errado, fazem parte da construção cultural que faz com que aquelas pessoas convivam e criem um ambiente harmonioso para os seus. Onde ficaria então a diversidade?
Então, eis aqui uma confusão. A diversidade é natural, cada ser humano é singular por definição, não existem duas pessoas, uma igual a outra. Caso contrário não teríamos pessoas diferentes na Itália, onde vivem os italianos ou na Alemanha, onde vivem os alemães. A diversidade não significa negar aspectos de cultura que sejam contradição com o que está posto, bem como causar rupturas por conta de elementos que se insiram no ambiente e gerem falta de engajamento e harmonia. A diversidade vai além de aspectos de imagem e orientação sexual, a seleção deve ser feita pelo perfil mais adequado para a organização. Promover a diversidade é ir além do que está posto e não negá-lo, buscar a contradição, gerar contrariedade, impactar, são fatores de risco e não e melhoria da cultura organizacional.
A busca do RH pela isenção na condução do processo seletivo não é privilegiar A ou B, mas garantir que todos tenham igual chance de fazer parte da companhia. Caso contrario o próprio RH estará discriminando e não selecionando. É importante ressaltar que contratações que tem o perfil cultural adequado se inserem mais facilmente no ambiente, o engajamento e a produtividade também são acelerados. As diversas áreas, os diversos departamentos, as diversas equipes e a singularidade dos profissionais é o suficiente para fazer uma empresa ser um ambiente natural de diversidade.
Rosemiro A. Sefstrom