Nos últimos tempos tive
o privilégio de atender algumas grávidas, ajudá-las a passar por um momento que
nem sempre é de alegria. No trabalho com uma delas me chamou atenção sua
preocupação com o mundo para o qual traria seu filho. Dizia ela ter ouvido muitas mulheres que alegam não querer filhos
pela situação em que o mundo se encontra. Depois de um dos atendimentos me
lembrei de Anfitrião. Cito um trecho do que pode ser encontrado na internet: “na mitologia grega, Anfitrião era marido
de Alcmena, mãe de Hércules. Enquanto Anfitrião
estava na guerra de Tebas, Zeus tomou a sua forma para deitar-se com Alcmena e Hermes tomou a forma de seu escravo, Sósia, para montar guarda no
portão. Uma grande confusão foi criada, pois Anfitrião duvidou da fidelidade da
esposa. No fim, tudo foi esclarecido por Zeus, e Anfitrião ficou contente por
ser marido de uma escolhida do deus. Daquela noite de amor
nasceu o semideus Héracles. A partir daí, o termo anfitrião passou a
ter o sentido de "aquele que
recebe em casa". O mesmo ocorreu com sósia — "cópia humana", ou seja,
semelhança humana”. Antes de qualquer riso de canto de boca, é necessário
entender que para um ser humano grego ter sua mulher escolhida por um Deus como
sua amante era um privilégio, semelhante a Virgem Maria.
Desde
então o termo Anfitrião é utilizado para a pessoa que recebe as pessoas em sua
casa, que paga uma conta, que dirige um evento. Anfitrião é então aquele que
recebe e orienta o que a pessoa irá viver enquanto estiver em sua companhia.
Quando você recebe alguém em sua casa e é o Anfitrião, como é que você faz? Se
eu fosse a sua casa, o que me mostraria? A sujeira embaixo do tapete, os restos
de comida em potinhos na geladeira, o banheiro que ficou sujo, ou me ofereceria
o que tem de melhor em sua casa? É provável que você, ao receber os amigos, se
prepare, arrume a casa, compre o que é necessário para satisfazer seus
convidados. Seguindo nesta linha de pensamento pensei na mulher grávida com
quem conversava, não pensando-a como mãe, mas como uma Anfitriã. Agora, era a
mãe que estava com um convidado para chegar, deveria ela estar preparando tudo
para que seu convidado ficasse satisfeito.
A
criança ao chegar ao mundo tem os pais por anfitriões, sua visão de mundo
dependerá inevitavelmente do que for mostrado inicialmente pelos pais. Se os
pais mostram à criança um mundo mau, violento, onde as pessoas se voltaram umas
contra as outras, é provável que a criança viva este mundo. Não digo que os
pais devem criar um mundo de fantasia, mas não precisam necessariamente criar
um mundo mau. Quando uma pessoa vem me visitar mostro a ela a casa, os
ambientes, como se vive na casa, mas também peço cuidado com o cachorro, pode
morder. Dizer que existem perigos em minha casa não significa fazer do cachorro
um monstro devorador de pessoas, deve-se apenas deixar ele no espaço dele.
Você,
enquanto mãe, sabe em que mundo o seu filho virá? Eu sei: o mundo que você
preparar para ele, um mundo no qual você é a anfitriã e pode direcionar de
acordo com o que entende ser melhor. Ao longo da vida ele provavelmente vai
construir a visão dele, esta pode ir contra, a favor, compor com a que aprendeu
com você. Mas, antes de chegar à autonomia o mundo passa pelo filtro do
anfitrião, que aponta o que e como viver. Para ser um bom anfitrião não basta
estar preparado para os convidados, é necessário estar preparado de acordo com
o convidado que virá. Qual é o seu convidado? O texto sobre Anfitrião foi retirado
de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anfitri%C3%A3o
(Acesso em 26.11.2013)
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