Encontro Nacional

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quarta-feira, 29 de abril de 2015






Os Estados Unidos e Cuba: uma história ímpia
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Noam Chomsky

Noam Chomsky

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O estabelecimento de laços diplomáticos entre os Estados Unidos e Cuba foi amplamente saudado como um evento de importância histórica.

Na revista "The New Yorker", John Lee Anderson resumiu a reação geral entre os intelectuais liberais.

"Barack Obama mostrou que pode agir como um estadista de peso histórico. Assim como, neste momento, Raúl Castro. Para os cubanos, este momento será tanto emocionalmente catártico quanto historicamente transformador. O relacionamento deles com seu vizinho americano rico e poderoso do norte permaneceu congelado nos anos 60 por 50 anos. Em um grau surreal, seus destinos também foram congelados."

"Para os americanos, isso também é importante. A paz com Cuba nos leva momentaneamente de volta àquela época dourada em que os Estados Unidos eram uma nação amada por todo o mundo, quando um jovem e simpático JFK estava na presidência –antes do Vietnã, antes de (Salvador) Allende (o presidente chileno), antes do Iraque e de todas as outras misérias– e nos permite nos sentir orgulhosos de nós mesmos por finalmente fazermos a coisa certa."

O passado não é tão idílico como retratado na imagem de Camelot. O presidente John F. Kennedy não foi "antes do Vietnã", nem mesmo antes de Allende e do Iraque. Mas vamos deixar isso de lado.

Em Cuba, Kennedy herdou a política de embargo do presidente Dwight Eisenhower, assim como seus planos formais para derrubada do regime, que Kennedy rapidamente botou em prática com a invasão à Baia dos Porcos em abril de 1961.

Na primeira reunião do Gabinete de Kennedy após a invasão fracassada, o clima era "quase selvagem", notou de modo privado o subsecretário de Estado, Chester Bowles. "Havia uma reação quase frenética por um programa de ação."

Kennedy articulou a histeria em seus pronunciamentos públicos: "As sociedades complacentes, autoindulgentes e moles estão prestes a ser varridas com os escombros da história. Apenas os fortes (...) podem sobreviver", disse ao país, apesar de estar ciente, como disse de forma privada, que os aliados "acham que estamos ligeiramente dementes" em relação a Cuba. Não sem razão.

As ações de Kennedy fizeram jus às suas palavras. Ele lançou uma campanha homicida para levar "os terrores da terra" a Cuba –uma frase do historiador e conselheiro de Kennedy, Arthur Schlesinger, referindo-se ao projeto que o presidente designou ao seu irmão Robert Kennedy como sendo sua mais alta prioridade.

A campanha, conhecida como Operação Mangusto, envolveu operações paramilitares, guerra econômica e sabotagem, que somadas resultaram nas mortes de milhares de cubanos.

Esses terrores da terra foram um importante fator para levar o mundo à beira da guerra nuclear durante a crise dos mísseis cubanos em outubro de 1962, como revelam estudos recentes. Mesmo assim, o governo Kennedy retomou os ataques terroristas assim que a crise passou.

Uma forma padrão dos apologistas para evitar esses assuntos desagradáveis é se ater aos planos de assassinato de Fidel Castro pela CIA, ridicularizando seu absurdo. Eles de fato existiram, mas foram apenas uma pequena nota de rodapé.

Ao tomar posse após o assassinato de Kennedy, o presidente Lyndon Johnson relaxou o terrorismo. Mas não deixaria Cuba sobreviver em paz. Johnson explicou ao senador J. William Fulbright, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, que apesar de "eu não estar interessado em algo como a Baía dos Porcos", ele queria conselho sobre "como poderíamos apertar as porcas mais do que estamos fazendo".

Como observa o historiador latino-americano Lars Schoultz, "apertar as porcas tem sido a política americana desde então".

Certamente alguns sentiram que esses meios delicados não bastavam –como, por exemplo, o chefe de Gabinete do presidente Richard Nixon, Alexander Haig, que pediu ao presidente que "apenas me dê a ordem e eu transformarei aquela maldita ilha em um estacionamento".

A eloquência de Haig capturou vividamente a longa frustração dos líderes americanos com "aquela pequena república cubana infernal", a frase de Theodore Roosevelt enquanto reclamava da não disposição de Cuba em aceitar graciosamente a invasão americana de 1898 para bloquear sua libertação da Espanha e transformá-la em uma colônia virtual.

Louis Pérez, o historiador de Cuba, escreve que a "Guerra Hispano-Americana" (como é conhecida em sua nomenclatura imperial), saudada nos Estados Unidos como uma intervenção humanitária para libertar Cuba, atingiu seus objetivos: "Uma guerra cubana de libertação foi transformada em uma guerra americana de conquista", visando obscurecer a vitória cubana que a invasão rapidamente abortou.

O resultado aliviou as ansiedades americanas a respeito "do que era anátema para todos os autores de políticas norte-americanos desde Thomas Jefferson –a independência cubana".

Como as coisas mudaram em dois séculos.

Ocorreram alguns esforços hesitantes para melhorar as relações nos últimos 50 anos, analisados em detalhes por William LeoGrande e Peter Kornbluh no livro recente deles, "Back Channel to Cuba".

Se deveríamos nos sentir "orgulhosos de nós mesmos" pelos passos dados pelo presidente Barack Obama pode ser debatido, mas eles são "a coisa certa", apesar do embargo esmagador permanecer em vigor em desafio a todo o mundo (com exceção de Israel) e o turismo ainda estar proibido.

Em seu discurso à nação anunciando a nova política, o presidente também deixou claro que, em outros aspectos, a punição a Cuba por se recusar a se curvar à vontade e violência americana continuará.

Vale a pena notar as palavras de Obama:

"Orgulhosamente, os Estados Unidos têm apoiado a democracia e os direitos humanos em Cuba ao longo dessas cinco décadas. Nós o fizemos principalmente por meio de políticas que visavam isolar a ilha, impedindo a viagem e comércio mais básicos que os americanos podem desfrutar em qualquer outro lugar. E apesar dessa política ter raízes na melhor das intenções, nenhum outro país se juntou a nós na imposição dessas sanções e elas tiveram pouco efeito, fora fornecer ao governo cubano uma desculpa para impor restrições à sua população. (...) Hoje, eu estou sendo honesto com vocês. Nós nunca poderemos apagar a história entre nós."

Esse pronunciamento impressionante traz à mente as palavras de Tácito: "O crime, assim que é exposto, não tem refúgio exceto na audácia".

Obama certamente está ciente da história de fato, que inclui não apenas a guerra terrorista e o embargo econômico, como também a ocupação militar do sudeste de Cuba por mais de um século, incluindo a Baía de Guantánamo, um importante porto. Em comparação, a tomada ilegal da Crimeia pelo presidente russo, Vladimir Putin, parece quase benigna.

A vingança contra os cubanos insolentes que resistiram à dominação americana tem sido tão extrema que até mesmo prevaleceu sobre segmentos poderosos da comunidade empresarial –farmacêutico, agronegócio e energia– que fizeram lobby pela normalização. Esse é um desdobramento incomum na política externa americana.

As políticas vingativas de Washington virtualmente isolaram os Estados Unidos no hemisfério e provocaram desprezo mundial. Washington e seus acólitos gostam de fingir que "isolaram" Cuba, como Obama disse, mas a história mostra claramente que os Estados Unidos é que foram isolados –provavelmente o principal motivo para a mudança parcial de curso.

A opinião doméstica sem dúvida também pesou na "medida histórica" de Obama –apesar do público, de modo irrelevante, ser a favor da normalização há muito tempo. Uma pesquisa da "CNN" em 2014 mostrou que apenas um quarto dos americanos atualmente considera Cuba uma ameaça séria aos Estados Unidos, em comparação a mais de dois terços 30 anos atrás. Com a diminuição dos temores, talvez possamos relaxar um pouco nossa vigilância.

Nos comentários sobre a decisão de Obama, um tema principal tem sido que os esforços benignos de Washington de levar democracia e direitos humanos aos cubanos sofredores, manchados apenas pelas peripécias infantis da CIA, foram um fracasso. Nossas metas elevadas não foram atingidas, de modo que uma mudança de curso relutante é necessária.

A mentalidade imperial é maravilhosa de se ver. Dificilmente passa um dia sem novas ilustrações. Nós podemos adicionar a nova "medida histórica" em relação a Cuba, e sua recepção, à lista notável.
Tradutor: George El Khouri Andolfato
Fonte: http://noticias.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/noam-chomsky/2015/01/07/os-estados-unidos-e-cuba-uma-historia-impia.htm (Acesso em 29.04.2015)

quinta-feira, 23 de abril de 2015





Segue uma entrevista com Falconi



















Confira abaixo a coluna de abril/2015. Boa leitura!
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MANTER A EQUIPE FELIZ AJUDA A CORTAR CUSTOS 
gestao a vista1- Quais são os aspectos fundamentais para um programa de corte de custos dar certo? Quais profissionais envolver? Que fatores considerar? Qual deve ser o fiel da balança para decidir o que cortar ou não? Anônimo 
Primeiro é preciso entender que existem custos e despesas. Geralmente se atribui a denominação custos ao que se relaciona diretamente com a cadeia de valor, como o custo do produto vendido. E despesas, aos gastos com a parte administrativa (chamado de overhead).
Vamos começar pelo segundo grupo. Suas despesas administrativas podem ser cortadas com técnicas de benchmarking interno ou externo, fazendo planos de ação para os itens mais complicados. Você pode ainda reestruturar os processos administrativos, bem como a estrutura da empresa. Em geral, nesse caso, as economias são muito mais substanciais. Finalmente, em despesas, você pode ir bem “perto do osso” – talvez até tirar um pouquinho – numa operação de guerra pelo uso da análise de valor com a participação de todas as chefias, indicando o que é essencial para a sobrevivência. Caso opte por esse caminho, se fosse você, eu não seguiria sozinho, pois é um pouco violento e pode causar rupturas na empresa se for malfeito.
Quanto aos custos, a coisa é mais complicada. Para ter bons indicadores, é preciso manter a rotatividade de pessoal num nível muito baixo. Pessoal satisfeito e bem treinado é o que traz uma boa produtividade. Por sua vez, a boa produtividade permite ganhos no quesito custos. Se a rotatividade de pessoal é alta, comece por resolver esse problema.
Além disso, a produtividade de seus equipamentos conta bastante. Outro ponto muito importante é olhar a quantas anda o consumo de materiais e de certos insumos, como peças de reposição, óleo lubrificante e água. Finalmente, vale prestar atenção na manutenção dos equipamentos. Quanto melhor a qualidade da operação e da manutenção dos equipamentos, menores serão os custos gerais nesse quesito. Em tempo: não se esqueça de analisar as perdas logísticas provocadas por desequilíbrios nas vendas e na produção. Estabilizar a cadeia de produção, nesses casos, é fundamental.
2- Na empresa em que trabalho, uma nova gestão começou a tomar uma série de medidas para aumentar as receitas. Algumas delas podem até resolver no curto prazo, mas acredito que podem representar um tiro no pé no longo prazo. Pior: poderão prejudicar a reputação da companhia. Como uma empresa pode se proteger desse tipo de profissional que só pensa em resolver o dia de hoje, em detrimento do longo prazo? Anônimo 
Só pelo jeito de sua pergunta, sei que sua empresa está pelo menos uns 30 anos atrasada quanto às técnicas básicas de gerenciamento. Ora, hoje em dia ninguém toma decisões sozinho dentro de um ambiente empresarial. Isso é muito caro e perigoso. Atualmente, em boa parte das empresas, as metas são estabelecidas com muito critério e negociação. Depois são estabelecidos os planos de ação, com muito cuidado. Para elaborá-los, é preciso buscar dentro da companhia as informações necessárias para atingir as metas desejadas.
A montagem de um plano de ação deve ser um esforço coletivo e contém muito aprendizado dentro do processo. Não é coisa para voo solo. Isso, hoje, é coisa tão básica no Brasil que, francamente, sinto até pena de sua empresa por permitir que executivos tomem decisões sem o apoio e a participação de todos.
Quando você monta planos de ação com a participação de todos em sua equipe, coletando todas as ideias e conhecimento sobre o tema, o plano deixa de ser seu e passa a ser do grupo. A partir desse momento, ninguém tem o direito de reclamar ou se opor, como você demonstra claramente em sua pergunta ser o seu caso.
Agora, temos de ter o seguinte cuidado: se esse executivo é uma pessoa bem experiente e conhece muito do negócio, ele certamente já viu coisa errada demais e quer consertar. Se for esse o caso, é preciso ter humildade para aceitar. Mas, mesmo que ele saiba muito, deveria fazer a reunião com o time para montar o plano, coletar as ideias, colocar e discutir as suas. Mesmo que as ideias do plano sejam todas dele, ao fazer isso ele estará treinando seu time e dando-lhe o conhecimento que possui. O mundo mudou muito.
Em vez do antigo “gerenciamento por comando”, o que funciona agora é o “gerenciamento científico”, baseado no conhecimento. Hoje, o bom líder é aquele que reconhece isso e ajuda e orienta sua equipe na busca desse conhecimento, seja discutindo profundamente o tema, seja trazendo especialistas, seja analisando fatos e dados. Se queremos atingir resultados excepcionais, temos de aprender a gerar conhecimento para a empresa, e não simplesmente dar ordens como se o chefe fosse obrigado a saber tudo. Não sabe.

Fonte: Revista Exame – Coluna Gestão à Vista– Página: 80-81 – 15/04/2015
: http://www.falconi.com/clipping/manter-a-equipe-feliz-ajuda-a-cortar-custos/#sthash.wGx1fdxu.dpuf

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Mordida

Ser pai ou mãe pode ser uma das melhores fases da vida, perceber que agora existe um ser em construção, o filho. Tanto ao pai quanto à mãe cabe a formação dos princípios básicos do que será no futuro um adulto. Ainda que muitas teorias sugiram que a base inicial é somente genética, discordo de forma categórica, pois o seio familiar, desde os menores detalhes como respeitar horário e rotinas da criança até o carinho com que se troca uma fralda, é onde ser formam as bases futuras. Em nossa casa, assim como em muitas outras, uma das brincadeiras que se faz com o filho é a de morder. Assim, dizemos a ele: “Vou morder tudo!”, pegamos o pequeno pé e mordemos de leve. Essa brincadeira se repete com certa frequência e aos poucos percebemos que nosso filho assimilou “morder tudo” como uma atitude de carinho, aprovação. Essa percepção aconteceu, de forma prática, quando certo dia numa brincadeira com minha esposa o filho pegou seu pé e deu uma bela mordida, logo depois disse: “Tudo!”. A demonstração de carinho de morder foi dada por ele também à mãe, com a óbvia falta de controle na força.
Em Filosofia Clínica existe um tópico chamado de Significado, o tópico que contempla as significações atribuídas às comunicações que a pessoa recebe. Ele, uma criança de 1 (um) ano de idade, já tem gravado em sua Estrutura de Pensamento que morder é também uma atitude de carinho. Como lhe falta ainda habilidade linguística e cognitiva não temos como saber se ele diferencia a mordida que damos no pé à mordida que ele dá em suas bolachas integrais. O que chamou a atenção foi o reflexo futuro do entendimento de que mordida é uma atitude de carinho, pode ele num futuro próximo em contato com outras crianças demonstrar seu carinho mordendo. Tanto os pais da criança mordida quando nós, os pais da criança que mordeu, reprovaremos a atitude, mas podemos não perceber que fomos nós que gravamos nele a mordida como forma de carinho.
Desta pequena observação vieram outras, ainda ligadas aos significados, quando dizemos a ele que ele está fazendo “manha” e que fazer manha é feio. Aos poucos ele mesmo começou a dizer: “Manha!” percebendo que o comportamento que tinha era apenas de chamar a atenção para conseguir o que queria. Foi interessante perceber que ele mesmo sabe que está tendo um comportamento de chamar a atenção e delegar a nós a parte de atendermos a sua “manha” ou não. Assim como a mordida pode ser uma atitude de carinho, a manha pode ser uma forma de delegar ao pai ou à mãe a responsabilidade por mimar a criança.
A construção dos significados pode ser feita intencionalmente quando o pai e a mãe percebem qual significado os termos têm e qual eles querem que tenham para a criança. Porém, em boa parte das coisas com as quais a criança entra em contato, ela construirá os significados independente da intencionalidade dos pais, pois eles se quer sabem. Isso porque o convívio em casa entre todos da família gera uma gama extremamente vasta de estímulos para a criança e estes podem ser filtrados até certo ponto. O restante dos estímulos que não são filtrados faz parte da formação cultural da família e estes traços farão parte das bases que formarão o adulto. A mordida pode permanecer gravada na Estrutura de Pensamento da criança e chegar à idade adulta como uma demonstração de carinho e esta replicar a mordida na namorada ou namorado, esposa ou esposo, enfim. Em outras pessoas os significados se alteram, enfraquecem e em alguns casos deixam de ter importância.


Rosemiro A. Sefstrom

quarta-feira, 1 de abril de 2015

TEMPOS DE CRISE

Razões para pessimismo não falta. Racionamento de água, energia, petrolão, operação lava-jato, previsão de queda no Pib, popularidade da classe política em níveis muito baixos, preços e juros subindo, endividamento da pessoas físicas em níveis elevados entre outros.

O que é mais grave, a crise econômica, moral ou ética? Várias das maiores autoridades do país estão sob investigação judicial com suspeitas de ilicitudes. Conforme publicado nos principais jornais do país, até o judiciário, supostamente o guardião da legalidade está sob suspeita. Crescentes dúvidas inclusive quanto à imparcialidade do Supremo Tribunal Federal, na sua atual configuração. O Ministério Público parece dar mostras do contrário.

A história vai se repetindo, com os governantes de plantão gerando despesas cada vez maiores. Quando a crise mostra sua cara mais perversa, novamente o cidadão de bem pagador de impostos é quem vai pagar a conta via elevação da carga tributária, taxação de importados, elevação de preços de produtos e serviços públicos, etc..

Teria dito Luiz XIV, Rei da França no século XVII, O Estado Sou Eu. Na atual conjuntura poderíamos dizer que os atuais ocupantes dos maiores cargos públicos via atos dizem O Estado é Meu. Parece que o orgulho de ser brasileiro vai aos poucos desaparecendo. Seria o país do futuro virando um país no descaminho? 

Porém é exatamente nas crises que aparecem as maiores oportunidades para quem se prepara para ela, não obstante haver grandes desafios.

Em épocas favoráveis é fácil crescer, podendo até tornar alguns displicentes e acomodados. Salários podem crescer acima da inflação e da produtividade. Mesmo assim lucros crescem, bem como a arrecadação de impostos. Desequilíbrios nas contas públicas deixam de merecer atenção.

Quando o ciclo virtuoso, que sempre termina cobra seu preço, a insustentabilidade destas situações se tornam visíveis. Para que o salário cresça acima da inflação a produtividade obrigatoriamente tem que crescer também acima da inflação e não menos do que o aumento salarial. Para ganhar mais o trabalhador tem que produzir mais, do contrário o produto ou serviço ficará cada vez mais caro e a venda vai cair, a empresa perde dinheiro e participação de mercado e o trabalhador seu emprego. A produtividade brasileira cresce menos do que os salários e isto é insustentável. O modelo de crescimento pelo consumo se esgotou. A próxima onda de crescimento somente virá pela via do investimento e após reformas necessárias. Investimento acontece em ambiente em que há confiança, o que não existe neste momento no país.

No modelo ideal caberia aos governos em suas várias instâncias, apenas as obrigações constitucionais, deixando a produção totalmente reservada à iniciativa privada, que via concorrência faz produtos melhores com preços mais baixos.

Um país cresce e se torna rico, sendo competitivo, justo, com estado pequeno forte e transparente.

Crises enfraquecem os incautos e fortalecem os que se preparam para estes momentos. Isto vale para as pessoas e para as organizações. Inovação, melhoria de processos, copiar o que outros já fazem bem feito, foco nas necessidades dos clientes, qualificação, criação de oportunidades aos colaboradores, geração de valor, são apenas algumas das atividades praticadas por organizações atentas. Como consequência colhem crescimento contínuo. Momentos de crises são as melhores oportunidades de vencer, ganhar participação de mercado, eliminar concorrentes despreparados e incompetentes. Estará entre os vencedores os que mais rapidamente se adaptarem às novas e cada vez mais rápidas mudanças inevitáveis.

Em momentos de crises, mudanças drásticas e rápidas podem acontecer, criando oportunidades para alguns e grandes riscos para outros. Ser um eterno aprendiz é uma defesa importante hoje e sempre. Fazer melhor hoje do que ontem, melhor amanhã do que hoje e assim sucessivamente.

Tudo isto pode ser muito difícil ou divertido, depende de cada um. O nível de abertura para novas abordagens fará grande diferença. 

Como será a vida das pessoas com alto grau de abertura às novidades cada vez mais rápidas? 

Como será a vida das pessoas com conhecimento presumido e baixo grau de abertura para novidades? 

É esperar para ver.

Por: Aloysio Tiscoski
Fonte: http://aloysiotiscosky.blogspot.com.br/2015/04/tempos-de-crise.html (01.04.2015)
Aos nossos alunos, sejam bem-vindos. Àqueles que ainda não são nossos alunos, são nossos convidados!!!