Fazendo uso de uma máxima
socrática existem muitas teorias que afirmam ser o conhecimento próprio um
passo essencial para que possamos nos ajudar a resolver os problemas da vida. Muitas
pessoas acreditam que seja assim e procuram incessantemente o conhecimento a
respeito de si próprias. Para estas pessoas, é possível que utilizem as
ferramentas do conhecimento científicos para si próprias, tornado-se objetos de
estudo de si mesmas. Exemplificando: quando
estudo a mim mesmo, entendo sou meu objeto de estudo, neste caso, estarei
elaborando ideias e conceitos que identificam o que chamamos “eu”. Para algumas
pessoas, isto é de uma facilidade interessante, mas para muitas, isso
simplesmente não é possível, simplesmente porque elas não conseguem se ver. São
pessoas que passam a vida sem que achem um espelho existencial no qual possam
se ver. Existem outras pessoas que conseguem se ver, mas o espelho que usam
para ver a si próprias é cheio de deformidades e estas pessoas vêem algo que não
é real. Apenas para ilustrar, acredito que você conheça pessoas que se dizem
duronas, racionais, mas que choram com grande facilidade e resolvem suas
questões na empresa emotivamente.
Para a pessoa que
consegue se olhar e ter a si mesma como
objeto de estudo, precisamos saber o que ela deseja saber a respeito de si.
Algumas pessoas dizem se conhecer, mas o que sabem não vai além do peso, cor do
cabelo, tipo de pele, altura, etc.. Esse conhecimento é o mais simples, são conceitos
que obtemos pela relação com o mundo, ou coisas que nos rodeiam e qualquer um
poderia constatar. Outro conhecimento muito buscado é o das emoções, saber a
respeito do seu ser interior, quanto ao amor, o ódio, a raiva, o rancor. Com
este tipo de informação uma pessoa poderia saber por que ama uma determinada
pessoa e não outra. Também poderia saber o que acontece nas muitas vezes que
ama pessoas que deveria odiar, assim como odeia pessoas que deveria amar. Saber
a que tipo de conhecimento desejamos quando pensamos em nós mesmos já é um bom
ponto de partida.
No entanto, muitas
pessoas desejam ansiosamente conhecer a si próprias e esquecem um velho ditado:
“Cuidado com o que desejas”. Muito bem, a pessoa dedicou bom tempo da sua vida
estudando a si própria e descobriu que ele mesmo é quem está fazendo sua
empresa ir mal. Percebeu que se relaciona mal com as pessoas da empresa, que
não tem visão de mercado para grandes negócios, que seu negócio iria muito
melhor sem ele. Isso parece bom porque ele identificou um ponto fraco no seu
negócio, mas será que ele estar dentro da empresa não é o único motivo pelo
qual ele ainda vive? Outro caso pode ser de uma pessoa religiosa, que sempre
viveu muito bem, mas que descobriu a respeito de si mesma que é avarenta,
invejosa, pecadora. Pior que isso, é que muitas vezes o que estas pessoas
descobrem a respeito de si mesmas nem é verdade, mas aceitam mesmo assim, pois
foi descoberto.
Para algumas pessoas,
saber a respeito de si é algo que não lhes interessa e vivem muito bem sem
saber. Não há um motivo, uma razão pela qual tenhamos a obrigatoriedade de
conhecer a nos mesmos. Se e somente se o conhecimento de nós mesmos for algo
positivo é que deve ser estimulado, caso contrário, como diria John Lennon: “A
ignorância é uma espécie de benção. Se você não sabe, não existe dor”.
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