Trocando as
palavras
Nos dias de
hoje, é comum ouvir a palavra colaborador para designar os funcionários de uma
empresa. Essa nova palavra é utilizada como forma de ressignificar a posição do
trabalhador na organização. Porém, em muitas organizações existe a simples
troca das palavras operário, funcionário, peão, empregado, pela palavra
colaborador. O próprio funcionário sequer tem a ideia do que vem a ser um
colaborador e qual o motivo de ser chamado assim num lugar onde recebe ordens e
não pedidos. Ser colaborador é ser co-autor, cúmplice do que está acontecendo e
não um marionete que é utilizado de qualquer forma. Trocar o nome não
necessariamente troca a forma como o objeto é tratado. Tentando desfazer alguns
equívocos pode-se pensar em três palavras: sintoma, problema e oportunidade.
Pense no
seu trabalho, na própria vida, quantas oportunidades se têm ao longo da vida,
assim também como uma grande quantidade de problemas? Não é, no entanto, fácil
assim identificar um problema, visto que a maior parte do tempo se lida com
sintomas. Um exemplo são os pequenos males como: dor de cabeça, enxaqueca,
insônia, gastrite, afta, entre outros. Esses pequenos sintomas são alterações
na normalidade física, sendo que essas alterações indicam que algo está errado,
a alteração pode ser apenas um sintoma. Mas muitas pessoas sequer se questionam
o motivo da insônia, deste modo, tomam comprimidos para dormir e tocam a vida
adiante. Em outras palavras, tratam o sintoma e sequer se aproximam do problema
que poderiam resolver.
Algumas
pessoas não se satisfazem com os sintomas, elas vão em busca do real problema,
ou seja, daquilo que precisa ser tratado. Para tanto pensam na própria vida,
vão ao médico, vão ao terapeuta, enfim, buscam encontrar o que merece ser
tratado para eliminar os sintomas. Algumas ao longo da caminhada percebem que
sua insônia é causada pela pressão no trabalho, sendo assim, não adianta tomar
medicamento se não melhorar o ambiente de trabalho. Outras ainda percebem que
sua gastrite é o medo de não dar o resultado esperado, assim, tomar medicamento
para aliviar a dor ajuda, mas não resolve o medo de não dar resultado. Sair do
sintoma e encontrar o real problema é um passo importante para se chegar nas
oportunidades.
Um problema
é uma dificuldade que se tem para cumprir determinado objetivo, ou seja, sdeseja-se
algo e não se consegue, aí se encontra problema. De uma forma mais abrangente,
qualquer dificuldade pode ser entendida como um problema. Mas, um problema é
algo prático, pontual e não necessariamente é uma oportunidade. Quando o motor
do carro estraga e tenho que levá-lo à oficina tenho um problema e não uma
oportunidade. Trocar uma palavra por outra não muda o fato de que é necessário resolver
o problema do carro. Mas como converter esse problema que precisa ser resolvido
em oportunidade? Não mudar uma palavra por outra, mas de fato, criar uma
oportunidade de um problema.
Em outras
palavras, problema se resolve, oportunidade se aproveita. Para uns o dia de
levar o carro na oficina pode ser transformado em oportunidade quando ele
percebe que neste dia ele pode melhorar seu casamento, fazendo da ida à oficina
um momento favorável para levar a esposa para caminhar. Ou pode conversar com o
mecânico e talvez fazer um bom negócio com esse carro. O exame atento do
problema pode revelar uma possibilidade de fazer melhor, diferente, um problema
pode ser uma ocasião favorável. O sintoma continua sintoma, problema continua
problema, mas a oportunidade somente alguns conseguem ver. E o
colaborador continuará sendo um funcionário que segue ordens, a menos que a ele
sejam realmente dadas oportunidades de participar efetivamente das decisões da
empresa.
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