Vida Virtual
Segundo algumas
pessoas, o computador é o grande responsável pelo novo estilo de vida: a vida
virtual. No entanto, muito antes disso, a vida virtual já era vivida desde os
tempos mais antigos através dos livros. Tempos depois se possibilitou a vida
virtual pelo cinema, invento que revolucionou o entretenimento na França e se espalhou
pelo mundo. Nos últimos tempos, o telefone logo se tornou uma forma de se viver
virtualmente. Em nossos dias as ferramentas para uma vida virtual se tornaram muito
próximas às pessoas. Diferente do livro, cinema, telefone, o ambiente virtual
atual é aberto, envolvendo redes sociais, ou seja, o espaço é compartilhado por
pessoas de diversos lugares.
O intuito aqui não é
definir ou explanar sobre a vida virtual, mas fazer entender que tanto o virtual
quanto o real é vida. Um filósofo, René Descartes, em seu trabalho filosófico
coloca que nosso corpo é nada mais que um ponto de referência para nossa vida
intelectual. Para ele a existência do mundo e das coisas que sentimos se dá
pelo fato que Deus é perfeito e não nos enganaria. Para Descartes, assim como para
Platão, há uma diferença entre a vida que se tem no intelecto, ou seja, no
pensamento e a vida que levamos nas sensações, o corpo. Tanto um quanto o outro
filósofo concordam que as sensações estão separadas dos pensamentos.
Em Filosofia Clínica se
concorda que as senações e os pensamento estão separados, mas em cada pessoa se
unem em diferentes intensidades. Assim, algumas pessoas têm uma vida mais focada
nas ideias do que nas sensações. Outras pessoas têm uma vida mais sensorial do
que no pensamento. Há ainda a ligação entre as sensações e o pensamento, sendo
que a medida que os pensamento se ligam às sensações será o tanto em que um
poderá interferir no outro.
E a vida virtual? O que
tem a ver? A vida virtual é uma que se processa praticamente no pensamento,
desprezando o corpo. É um tipo de vida que é tida como irreal por não envolver
corpo e mente, mas somente o corpo. No entanto uma vida virtual para muitas pessoas
é muito melhor e mais real do que aquela que elas levam no dia-a-dia. Não é
difícil de perceber que o menino, a menina, sente que sua vida no Orkut,
Facebook, twiter, etc, é tão real quanto a que ele está vivendo.
Levando esse sentido
ainda mais longe, considere quantas pessoas vivem radicalmente o que acontece
nas novelas que assistem. Pode-se dizer que só assistem, mas se pergunte quanto
tempo será que a pessoa que assiste a estas novelas se dedica a pensar nelas?
Quanto tempo será que se dedicam a pensar e comentar o Big Brother? Viver,
assim como qualquer outra palavra só terá significado segundo cada pessoa. Não
interessa se é virtual, real, esquizofrênica, esta vida será tão vida quanto
qualquer outra, na medida que assim o seja para a pessoa.
Rosemiro A. Sefstrom
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