Liderança
Em meu trabalho como
Filósofo encontro, por vezes, uma questão interessante. Algumas pessoas que me
procuram têm como demanda ou assunto último, como chamamos em Filosofia
Clinica, a busca pela liderança, seja por sua situação na empresa, por uma
exigência do cargo ou apenas por vontade de desenvolver essa característica.
Mas, será que todos podemos ser líderes? Será que isso não é inato, em outras
palavras, vem com a pessoa desde o seu nascimento? De fato, ainda não se sabe
de onde vem, mas se tem bastante certeza que algumas características fazem a
diferença entre um líder e um chefe.
As diferenças que
apresento a seguir não foram criadas por mim, mas por Bernard Bass. Segundo ele
“a condução de um grupo de pessoas, transformando-o em uma equipe que gera
resultados é chamado de liderança”. Em
oposição à liderança existe o chefe ou a atitude de chefia, que seria aquela
pessoa que no exercício de um cargo, por força de sua posição hierárquica,
manda, exige. As diferenças entre um e outro são muitas, mas entre estas o
destaque está em que a liderança independe de hierarquia. O líder é aquele que
tem a capacidade de arregimentar as pessoas no seu entorno e conduzi-las numa
determinada direção. O chefe tem o dever de fazer chegar em algum lugar e pela
obediência dos subordinados cobra os resultados esperados.
Segundo Chiavenatto e
Lacombe, existem diversos tipos e formas de liderança, de todas estas me
apegarei a uma classificação. Segundo Lacombe a liderança pode ser exercida
pelo poder legítimo ( pode ser um rei, o presidente de uma empresa, o poder de
referência, um líder religioso, uma pessoa mais preparada) e o poder do saber,
uma pessoa que sabe o que os outros não sabem.
Concordando e discordando dos autores anteriores podemos dizer que se
quisermos classificar os tipos de liderança termos que criar inúmeros grupos e
todos os que criarmos ainda não serão o suficiente. Entendo a classificação apenas
como uma maneira de tentar abarcar o assunto com definições e termos que
mostrem uma forma de se criar uma liderança.
É preciso entender que
liderança, assim como tantas outras coisas, é uma habilidade que está
totalmente enraizada dentro de questões como o tempo, lugar, circunstância e
relação. Hoje, Inri Cristo é ridicularizado por se dizer filho de Deus, por se
colocar ao nível de um filho de Deus vivo. No entanto, se voltarmos cinco mil
anos no tempo veremos uma sociedade que tinha em seus líderes a presença de
Deus na Terra: os Faraós. Isso que só consideramos neste exemplo apenas como
fator o tempo. Podemos fazer isso só mudando de lugar, saímos do Brasil e vamos
para o Irã. Lá, os líderes religiosos, hoje o aiatolá Ali Komenei, é o Guia
Supremo, ou seja, um chefe religioso que comanda seu pais a partir da palavra
de Deus.
A condição de liderança
deve ser construída levando em conta fatores externos, como os do parágrafo
anterior, e internos. Algumas pessoas têm muita vontade de se tornarem líderes,
mas têm pouca ou nenhuma capacidade de decidir ou de fazer decidir. Estou
colocando apenas uma questão. Mas é possível sim ensinar uma pessoa a ser
líder, porém, nem sempre ela está ou estará preparada para as conseqüências de
ser um líder. Assim como os grandes, também os pequenos lideres têm oposição,
desde um país até em uma sala de aula, ás vezes, até dentro de casa.
O exercício da
liderança não tem conceito fixo em Filosofia Clinica, será um conceito a ser
construído com a pessoa e de acordo com ela. Muitos serão ótimos lideres, alguns
tantos descobrirão que liderar é coisa que serve para os outros, elas preferem
obedecer, seguir.
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