Encontro Nacional

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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Dificuldade

Para os que não são professores começo contextualizando o artigo de hoje. A cada final de bimestre, trimestre ou semestre os professores se reúnem para falar do desempenho dos alunos e avaliar possíveis estratégias para os próximos períodos. Muitos alunos, têm notas baixas. Alguns por falta de interesse, outros por excesso de conversa, outros porque não entregam os trabalhos, mas há uma parcela que são aqueles que se diz que “têm dificuldade”. Mas o que seria ter dificuldade? Ao consultar o dicionário há diversas definições para o termo Dificuldade, dentre os significados pode-se destacar: O que impede a realização de alguma coisa; aquilo que estorva ou atrapalha o desenvolvimento de algo; impedimento ou obstáculo: preciso ultrapassar aquela dificuldade. Então, de acordo com a definição do dicionário dificuldade é o que impede a realização de algo, um dia de chuva, por exemplo, pode ser uma dificuldade para secar a roupa.
Em Filosofia Clínica quando uma pessoa relata sua historicidade e usa termos como: não posso; não consigo; não é possível; não dá; estou impedido e afins, está denunciando uma Armadilha Conceitual. Uma Armadilha Conceitual pode ser definida como algo que tem a capacidade de impedir, travar, bloquear o movimento existencial em determinada direção. Então, quando alguém diz que tem dificuldade, está dizendo que há algo que trava ou dificulta a caminhada em determinada direção. Quanto a um aluno de Ensino Médio do ensino regular, qual ou quais poderiam ser as dificuldades que ele teria para tirar boas notas? É importante ter em conta que não é possível que eu atribua uma Armadilha Conceitual ao outro, ou seja, não tenho como dizer que o outro tem dificuldade, somente ele pode fazê-lo.
As dificuldades que existem somente podem ser anunciadas pela pessoa que vive a dificuldade. Se um colega de trabalho demora para fazer um trabalho ou não está fazendo bem feito não se pode dizer que ele está com dificuldades, não consegue ou não tem capacidade. Isso porque o demorar ou não fazer bem feito pode ser a maneira como o colega de trabalho encontrou para protestar contra o seu gestor. O mesmo acontece com um aluno em sala de aula, tira notas baixas, mas qual será o real motivo para estas notas, onde estarão as dificuldades? Os que trabalham em sala de aula sabem que muitos alunos melhoram suas notas apenas quando recompensados pelos pais. Sabem também que alguns alunos somente estudam o que gostam. Outros ainda apenas tiram notas altas quando passam a gostar do professor.
Se alguém pode dizer que tem dificuldades para tirar boas notas é o próprio aluno, ele é quem pode dizer o que lhe impede ou torna mais árduo obter bons resultados. Esta é uma lição que dificilmente se vai aprender enquanto o outro for não for visto com um indivíduo. Ele não é um funcionário, não é um aluno, mas é o João, o José, o Marcos, a Rita, a Bruna, enfim, é uma pessoa que diz por si mesmo do que padece. A proposta que fica é de que aquele que percebe que o resultado está abaixo do esperado ou desejado que vá até a pessoa e converse com ela. Ao conversar mostre os resultados e veja o método que a pessoa está seguindo para chegar ao resultado. Em muitos casos o aluno não tem dificuldades, mas está estudando de maneira inadequada. O mesmo acontece com um funcionário que não segue o procedimento e faz sua atividade de forma incorreta. É ainda preciso estar atento, pois a “dificuldade” pode ser apenas uma forma de esconder o real problema.  (http://www.dicio.com.br/dificuldade/, acesso: 10.10.2014)

Rosemiro A. Sefstrom

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