Decidir
A palavra decidir faz
parte da vida de boa parte daqueles que trabalham como administradores.
Decidir, determinar, resolver, dispor, são palavras que denunciam que entre as
milhares de possibilidades possíveis uma foi a escolhida. E é exatamente aqui
que se encontra o real cerne da questão: saber se a decisão tomada é a melhor
decisão. Para isso algumas pessoas desenvolvem métodos, um deles é famoso:
“Nunca tome uma decisão de cabeça quente”. Segundo estas pessoas, decidir com a
cabeça fria propicia a clareza das questões envolvidas, de modo a encaminhá-las
com maior objetividade. Há também os que dizem: “Nunca decida com o coração, a
razão é a melhor ferramenta para uma decisão administrativa”. Essa forma de
pensar aponta para um homem cerebral, que faz contas, vê probabilidades e diante
destes dados decide. Enfim, existem infinitos métodos que garantem uma decisão
acertada.
No entanto, algumas
vezes, ou para algumas pessoas, o método de nada vale, pois não passa de teoria
que é dita ao vento. O mundo da administração e vários outros estão repletos daqueles
que dizem o que lhes vêm à mente quando estão furiosos e depois se arrependem. A máxima de não
decidir de cabeça quente fica para trás e depois a pessoa precisa recolher os
cacos e ver o que pode ser feito. Há também os que dizem que se deve decidir
com a razão, mas colocam o filho como sucessor de sua empresa porque entendem
que assim podem demonstrar amor ao filho. O filho pode até se sentir amado, mas
em muitas vezes será ele quem levará a empresa para a falência. Retomando a
questão da decisão, diria que não é tão importante saber se a decisão foi
acertada, mas que é de suma importância saber quais ferramentas cada um usa
para decidir.
Em Filosofia Clínica,
ao longo da terapia, descobrirmos quais são as ferramentas que uma pessoa usa
para tomar suas decisões e percebemos que algumas pessoas dizem exatamente o
contrário daquilo que praticam. Para citar um exemplo, há em Filosofia Clínica
uma ferramenta chamada de Esquema Resolutivo que funciona usando os prós e
contras de uma decisão, ou seja, se existem mais prós, a pessoa vai por esse
caminho, se existem mais contra, ela recua. Essa mesma pessoa que diz pesar
prós e contras pode ser a mesma que, quando tem de decidir, sai a pedir opinião
e segue a opinião que tem mais peso. Assim, não há prós e contras, mas o
conselho de uma pessoa que tem mais influência em sua vida.
Há também pessoas que
não conseguem decidir, são aqueles ou aquelas que não conseguem definir o que
acontecerá. Comumente há pessoas que entram em organizações e são ótimos no que
fazem, desde que não precisem decidir. Algumas destas pessoas deixam o problema
ou a questão se desenvolver e ao final, quando a decisão já está dada elas se
posicionam. Não há nada de mais nisso, é uma característica, porém nada bem
vista pelas pessoas que tem um apreço forte pelas tomadas de decisões.
Uma das formas de se
ajudar pessoas com problemas para decidir é usar um procedimento chamado de
Roteirizar, isso quando a pessoa tiver propensão a esta técnica. Essa
ferramenta cria um caminho diante da pessoa, ou seja, aponta a história toda e
ao longo dessa história o que pode acontecer dependendo do que ela decidir.
Para algumas pessoas, a criação do roteiro faz com que saibam quando é a hora
de decidir e qual será a melhor decisão. No entanto, isso é assim apenas para
algumas pessoas, muitas outras funcionam de outra maneira e têm outras
ferramentas. Decidir não é necessariamente fazer, decidir consiste em apontar o
caminho, para fazer é preciso ter Em Direção ao Desfecho, mas esse é assunto
para um próximo artigo.
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