Manual de mim!
Vou lhe fazer uma
pergunta simples: como é que você funciona? Veja que interessante, quando vamos
ao médico, com suas ferramentas, conhecimento da fisiologia, anatomia e outras
questões mais, ele sabe dizer se estamos funcionando bem ou mal. Quando nos
relacionamos com outras pessoas, algumas vezes alertamos sobre o que gostamos
ou não, o que aceitamos ou não, assim acabamos, até certo ponto, dando uma
ideia de como funcionamos. Quando vamos preparar um almoço ou até mesmo comer
em um restaurante escolhemos os alimentos de acordo com aquilo que nos faz bem.
Quando compramos um shampoo também temos o cuidado de escolher um que possa
tratar bem nossos cabelos, não deixar caspa, ponta dupla, ressecado. Todas
estas questões mostram que num nível bem básico boa parte das pessoas tem que
se conhecer um mínimo possível para viver bem.
Mas, em muitos casos,
boa parte das pessoas não se conhece a níveis mais profundos que os colocados
acima. Quando pergunto pelo seu funcionamento estou pensando um pouco além.
Pense no seguinte: quais pensamentos lhe fazem bem, ou seja, no seu dia-a-dia
quais os pensamentos que você deveria evitar, por exemplo. Essas questões
levaram algumas pessoas com quem trabalho como terapeuta a fazerem um pedido:
“Bem que você poderia elaborar um manual de como funcionamos, assim poderíamos
consultar as vezes que tivermos dúvidas a respeito de nós mesmos”. O pedido é
interessante. A maior parte das pessoas entende que o funcionamento de si
próprio se dá de maneira automática, sem que seja necessário fazer nada. No
entanto, desde que acordamos até a hora que vamos nos deitar realizamos
diversas atividades e muitas delas vão contra o nosso funcionamento.
Para que possamos
respeitar o nosso funcionamento existem algumas coisas que podem ser levadas em
conta. Vamos começar pelo bem estar subjetivo, quanto que você se sente bem com
você mesmo ao longo do seu dia. Outra questão que pode ser observada é se o seu
bem estar subjetivo pode ser visto exteriormente, se as pessoas com quem você passa
o seu dia veem que você está bem. Também é interessante observar se quando você
está bem as pessoas ao seu redor também estão bem. Uma recomendação: estar bem
consigo mesmo machucando quem está ao seu redor não vale, estar bem consigo
mesmo também pode fazer as pessoas ao seu redor estarem bem. Existem muitas
outras questões que que poderiam ser observadas para saber se você está bem,
mas estas já servem como início.
A partir do momento em que
você começa a se observar, provavelmente vai perceber diversas pequenas coisas
que antes passavam despercebidas. Algumas delas boas, outras podem ser que nem
tanto. Quando isso acontecer, não fique pensando mal de si mesmo, mas veja como
algo a ser melhorado. Ao se perceber procure ver como é que você funciona para
cada atividade. Quando chega em casa e conversa com a esposa, o assunto lhe faz
bem? Se não faz bem, troque de assunto, fale sobre outra coisa. Não estou
falando de assuntos necessários, mas de assuntos fúteis, como a briga
interminável das mulheres na novela. Quando estiver pensando, pense no que está
pensando e veja se seus pensamentos lhe fazem bem.
Ao olhar para você
mesmo durante alguns dias muitas questões podem aparecer e serem trabalhadas.
Muitas delas, com um pouco de paciência consigo mesmo, se pode melhorar
sozinho. Quando tiver dificuldade para fazer, peça ajuda: pode ser a esposa,
esposo, amigo, uma boa leitura, filme. Caso seja necessário, existem
profissionais que podem lhe ajudar. Elaborar um manual de si mesmo é um caminho
para se viver melhor.
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