Namoro que não dá
casamento!
Nos dias atuais, para
muitas pessoas me parece que namorar não está mais na moda. Para algumas
pessoas isso soa muito estranho, pois para muitos o caminho para o casamento
passa pelo namoro. Antigamente o homem interessado em conhecer a moça,
literalmente, conhecer a moça, precisava da permissão dos pais dela. Nesse
processo de conhecer passavam um bom tempo conversando, apenas conversando.
Quando era possível (e dificilmente era) eles pegavam um na mão do outro,
quando muito davam um beijinho ou outro, às escondidas. Esse processo lento
levava meses, e o homem ia vagarosamente conhecendo a moça até saber se
realmente chegariam ao casamento. Ele sabia do que ela gostava, do que ela não
gostava, sabia sua religião, se ela queria ter filhos e quantos, enfim conhecia
praticamente o que a moça entendia por casamento.
Nos dias de hoje (isso
não é regra) o namoro leva tempo quase nenhum e de conversa quase nenhuma. A
maioria dos jovens se conhecem, logo estão beijando e não muito tempo depois
estão transando. Nesse tempo de namoro tanto um quanto outro falam de muitas
coisas, mas pouco do que poderiam e deveriam falar: casamento. Quando, depois
de alguns meses de namoro, resolvem casar é que vão pensar sobre o assunto, a
festa de casamento. Quando chegam em casa e colocam-se sob o mesmo teto é que
começam prestar atenção na pessoa que vai dividir o mesmo espaço. Essa atenção
começa a mostrar coisas que não foram ditas no período em que “namoraram”, ou
“ficaram” como alguns chamam. Ela e ele não sabiam exatamente o que iriam
compartilhar até terem de compartilhar.
Quando os namorados
passam a viver juntos colocam, cada um, seus conteúdos em relação ao outro. Por
isso é tão importante a convivência, é o momento em que o homem ou a mulher sabe
se um realmente é para o outro. Às vezes durante o período que namoravam, a
música estava tão alta, a bebida era tanta e as pessoas ao redor eram tantas
que ele não conseguiu ouvir que na casa dela quem manda é ela. Ela também pode
não ter conversado sobre o hábito que ele tem de ir ao bar, nem mesmo se deu
conta que ele não tem o menor problema em comprar e não pagar.
Cada um dos namorados,
muito antes de se encontrarem começaram a construir um conjunto de verdades que
são a base de suas vidas. As verdades que cada um tem não são verdades finais,
como a força da gravidade, mas são princípios de verdade. São pequenos e
grandes conceitos que cada um coloca na relação com o outro. Como no caso dos
namorados, imagine que a menina não suporta homem que fica devendo para os
outros, esse princípio de verdade impediria ela de namorar um homem que não
paga suas contas. Quando os princípios de verdade são fortes, por mais que a
pessoa goste da outra, suas verdades falam mais alto.
Não existem verdades
que sejam boas ou más, certas ou erradas, mas verdades que se tornaram os
fundamentos da vida de cada um. Estas verdades, quando colocadas em interseção
com outras pessoas podem nos aproximar ou nos afastar, unir ou separar. É
importante saber quais são as suas verdades, elas podem estar lhe aproximando
de pessoas e coisas boas, assim como o contrário. Talvez seja só no meu mundo
que exista isso, mas pessoas que não vêem problemas em comprar coisas roubadas,
muitas vezes também são roubadas.
Rosemiro A. Sefstrom
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