Encontro Nacional

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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Autogenia – Resumo IV

Para ser didático, você está lendo o quarto resumo sobre autogenia. Até o momento já foram definidas as autogenias, tanto tópico quanto Submodo. Além disso, também foram apresentados os modos pelos quais o filósofo define o patamar autogênico da pessoa. Outro assunto que foi abordado, mas de forma indireta, é o fato de que muitos assuntos que são trabalhados em clínica não são de cunho autogênico. O que isso quer dizer? Isso quer dizer que Autogenia, enquanto Submodo, é recomendado apenas em alguns casos e não em todos os casos clínicos. Por isso, uma recomendação séria, é que o filósofo observe se há a necessidade de qualquer interferência desta natureza.
Ao longo das aulas, pela maneira como a Autogenia foi apresentada, fica a impressão de que a mudança de patamar é boa e até mesmo recomendada. Principalmente pela dificuldade linguista em se caracterizar o que seria modificação autogência, geralmente apresentando movimentos menos mecânicos como bons e mais mecânicos como ruins. No entanto, cada pessoa tem um patamar que lhe é adequado, não bom e nem ruim, mas adequado à sua Estrutura de Pensamento. Em alguns casos, fora trabalho clínico, é possível que algumas pessoas mudem de patamar para melhorar qualitativamente sua existência. Sim, é possível, mas mesmo este movimento de chamada “melhora” será de acordo com a própria estrutura e não de acordo com a vontade da pessoa. Nem sempre movimentos volitivos são saudáveis, usando um jargão: “Cuidado com o que desejas”. Por isso são recomendadas intervenções via Autogenia somente de acordo com a necessidade do trabalho clínico.
Outro fator que pode causar alguma confusão no estudo das autogenias é o Exame das Categorias. Ao estudar as autogenias, o filósofo aprende nos Cadernos de Filosofia Clínica, assim como com os autores que escreveram sobre o assunto, como Nunes; Pedrosa (2000), que Autogenia “é o que dará ao clínico, em interseção, a oportunidade de entender o relacionamento funcional do que ocorre à EP da pessoa”. Fica claro que o que o filósofo estuda no que diz respeito à Autogenia é o funcionamento interno dos conteúdos agendados ao longo da vida. Então, de que servem os Exames das Categorias? As categorias: Assunto, Circunstâncias, Tempo, Lugar e Relação são guias históricos, um Plano Cartesiano Existencial no qual a pessoa se localiza diante de tudo o que já viveu. As circunstâncias, o tempo, o lugar, a relação e os assuntos mostram ao longo de sua história de onde ela saiu e para onde se direciona. É possível perceber que ao mesmo tempo em que o Exame das Categorias não tem interferência na elaboração autogênica é ele quem diz onde a pessoa está e o quanto se movimentou ao longo de sua história.
Seguindo ainda com questões pontuais, outro tema que algumas vezes gera confusão é a intencionalidade. De acordo com as aulas, o que faz com que algo seja este algo uma ideia, uma sensação, um conceito, enfim, qualquer elemento, será tanto ou mais vizinho quanto tiver intencionalidade sobre ele. Isso causa confusão porque algumas pessoas entendem que nem tudo o que é vizinho foi escolhido intencionalmente, pois acidentes, infortúnios acontecem e é possível que tenha como vizinho um pneu furado, um aumento na conta de telefone, uma discussão com a esposa, enfim, vizinhos que não são escolhidos, mas que se apresentam por si só. Pode sim acontecer coisas ao longo da vida sobre as quais não se tem controle, mas a atenção que se dedica sobre estas coisas sim. Ou seja, pode sim um pneu furar, mas quanto de intencionalidade será dedicada a isso é por conta de cada um. Mas o exemplo é com um pneu furado, existem cosias mais sérias e estas não se têm como controlar a intencionalidade, isso é o que dirão algumas pessoas. É até possível concordar, assim como também se pode concordar que ao longo da vida a intencionalidade não foi educada a focar de acordo com a “vontade”, mas deixada por conta própria. Por isso, um aluno se coloca diante de um livro para estudar e sua intencionalidade está na menina que conheceu pela manhã nos corredores da escola. Ela, naquele momento, é muito mais vizinha dele do que o livro e tudo o que precisa estudar.
Outro elemento que está profundamente ligado às autogenias, mas usualmente esquecido, é o fato de que vizinhos de naturezas diferentes (patamares diferentes) podem até entrar em contato, mas não compõem entre si. Um exemplo simples são a água e o óleo, são vizinhos de naturezas diferentes, tanto são que podem até entrar em contato, mas não conseguem se misturar, ou seja, compor. Amor e ódio, por exemplo, são vizinhos de mesma natureza, eles não só entram em contato como compõem entre si. É por isso que é possível amar e odiar a um só tempo. Ao observar os vizinhos, uma pessoa pode apontar vizinhos diferentes, mas provavelmente não conseguirá apontar vizinhos de naturezas diferentes que compõem entre si. Existem casos em que a pessoa segmenta sua vida e nestes casos consegue ter vizinhos de naturezas diferentes, mas os vizinhos de uma parte de sua vida não entram em contato com os vizinhos da outra.
Para findar questões pontuais a respeito das autogenias, um tema fundamental é a base autogênica. Quando se fala em identificação de patamar autogênico, o filósofo está identificando a base a partir da qual irá trabalhar, perceberá os movimentos que foram feitos pela estrutura ao longo da sua história a partir do exame das categorias. A base sobre a qual a Estrutura de Pensamento se apoia é a base autogênica. Esta base pode ser formada por diversos elementos que serão observados na historicidade da pessoa. Principalmente nos elementos ligados ao tópico ou tópicos com força autogênica. Em muitos casos uma pessoa quer fazer movimentos autogênicos, mas não tem o horizonte de sua base atual e a base que lhe seria adequada pela conformação de sua estrutura. Sem clareza de sua base autogênica qualquer movimento pode ser problemático, pois menor ou maior mecanicidade ou movimento horizontal da estrutura devem ser vistos a partir da base atual e dos movimentos que a EP já fez. Desta forma, sempre, absolutamente sempre, é preciso ter clareza da base e somente depois disso recomendar qualquer tipo de movimento autogênico.

Rosemiro A. Sefstrom

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Pelo segundo ano consecutivo a Tiscoski Distribuidora figura entre as premiadas a nível estadual pelas boas práticas em RH. O projeto premiado foi: Filosofia Clínica: Uma organização no divã