Encontro Nacional

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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Cultura de Diversidade

A palavra cultura tem origem latina e nasceu para definir cultura como cultivo, atenção às plantas, como cultura de toma, repolho, trigo, milho, etc. Posteriormente ganhou muitas outras definições a partir da Filosofia, Sociologia e Antropologia que orientam para uma série de aspectos do entendimento do que vem a ser cultura. Na Filosofia, sendo generalista, a definição mais ampla trata de um sistema simbólico que congrega uma série de indivíduos que interpretam a realidade e conferem sentido à vida a partir destes símbolos. Já na Antropologia a cultura, também em sentido amplo, é entendida como as formas de organização que conferem singularidade à um povo, tanto em suas tradições e costumes, que são repassadas de geração em geração, como nos aspectos linguísticos cumprem parte importante na composição da identidade deste povo.


Somando a definição filosófica com a antropológica temos cultura um conjunto de pessoas que aceitam, vivem e levam adiante comportamentos internos e externos que as identificam como parte de um povo. Não existe aqui um certo ou errado, mas a necessidade de entender que qualquer indivíduo que vá contra os aspectos de convivência do grupo será naturalmente excluído. Os juízos de bom e mau, certo e errado, fazem parte da construção cultural que faz com que aquelas pessoas convivam e criem um ambiente harmonioso para os seus. Onde ficaria então a diversidade? 


Então, eis aqui uma confusão. A diversidade é natural, cada ser humano é singular por definição, não existem duas pessoas, uma igual a outra. Caso contrário não teríamos pessoas diferentes na Itália, onde vivem os italianos ou na Alemanha, onde vivem os alemães. A diversidade não significa negar aspectos de cultura que sejam contradição com o que está posto, bem como causar rupturas por conta de elementos que se insiram no ambiente e gerem falta de engajamento e harmonia. A diversidade vai além de aspectos de imagem e orientação sexual, a seleção deve ser feita pelo perfil mais adequado para a organização. Promover a diversidade é ir além do que está posto e não negá-lo, buscar a contradição, gerar contrariedade, impactar, são fatores de risco e não e melhoria da cultura organizacional.


A busca do RH pela isenção na condução do processo seletivo não é privilegiar A ou B, mas garantir que todos tenham igual chance de fazer parte da companhia. Caso contrario o próprio RH estará discriminando e não selecionando. É importante ressaltar que contratações que tem o perfil cultural adequado se inserem mais facilmente no ambiente, o engajamento e a produtividade também são acelerados. As diversas áreas, os diversos departamentos, as diversas equipes e a singularidade dos profissionais é o suficiente para fazer uma empresa ser um ambiente natural de diversidade. 


Rosemiro A. Sefstrom 

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Selecionando Singularidade

Aos poucos o ambiente organizacional descobre a importância de conhecer o que faz uma empresa se tornar realidade, a pessoa. Ao longo dos últimos anos diversas pesquisas foram realizadas para tentar chegar a um método que pudesse dar o entendimento do funcionamento das pessoas, isso para chegar a um perfil e então sugerir aptidão para o desempenho de uma função no ambiente organizacional. No entanto, a construção destes modelos é usualmente baseada em questões que orientam a pessoa ao que deve responder e uma gama limitada de respostas diz, segundo a metodologia aplicada, qual seria o perfil. A diversidade e singularidade humana reduzida à algumas poucas possibilidades.
A Filosofia Clínica trazida para o ambiente organizacional é a busca por uma Filosofia que auxilie a organização do entendimento da singularidade. Trabalhando a partir da narrativa história feita pelo próprio sujeito busca-se o entendimento de quem ele é e então a possibilidade de fazer parte de um grupo, de uma cultura e de uma estrutura e funcionamento chamada organização. Não existe um perfil pré estabelecido, mas uma metodologia que leva o pesquisador a conhecer a pessoa que está diante de si. Não existem juízos apriorísticos que em qualquer medida deturpem o entendimento da singularidade. Existe uma pessoa diante de outra pessoa e o método será o caminho para que uma possa conhecer a outra.
No ambiente organizacional cada pessoa, em maior ou menos grau, faz seu processo de adaptação. Momento em que absorve, bem como contribui, para com o ambiente que se inseriu. O entendimento do perfil orienta do que e como será absorvido, assim também o o que e o como contribuirá para com a organização. O acompanhamento individualizado garante ajustes finos onde a pessoa, a equipe e a organização ganham alinhamento. A coesão do grupo acontecerá de forma natural, uma vez que os perfis selecionados atentem aos requisitos técnicos, comportamentais e culturais. Os resultados são a consequência natural de uma equipe bem selecionada.

Rosemiro A. Sefstrom