Encontro Nacional

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Promessa

Sendo filósofo é praticamente impossível ficar imune aos acontecimentos políticos que me rodeiam. Diferente de criticar ou apoiar qualquer que seja o lado, sabendo que uma discussão política não tem dois lados, mas muitos, pretendo fazer uma breve reflexão sobre a reação das pessoas ao não resultado do que foi prometido, ou seja, como cada um lida com o fato de que o que foi prometido não está sendo cumprido. Em primeira instância me parece interessante lembrar que assim como na política, na vida pessoal também há promessas não cumpridas, muitas delas você mesmo se prometeu e não cumpriu. Um dos exemplos mais comuns é daquelas moças que dizem a si mesmas que vão fazer o famoso regime e não fazem, ficam só na promessa. Para os homens, pode ser de parar de beber ou fumar, que também ficam somente na promessa.
Para alguns a forma de lidar com o que não se cumpre é emocional, basta lembrar que muitas meninas se odeiam por não conseguirem cumprir com sua promessa. Os homens, sendo generalista, são um pouco mais complacentes, mas também ficam chateados consigo mesmos. Quando a promessa é feita pelo governo e também não é cumprida a tendência é a mesma, ficam chateados, com raiva. Percebe-se, com facilidade nas redes sociais, pessoas que manifestam seu descontentamento com o governo. Estas mesmas pessoas fazem tanto a respeito do governo quanto fazem com suas dietas, praticamente nada. Não tem nada de mais nisso, cada um lida de um jeito com suas promessas não cumpridas, reclamar também é uma forma de lidar.
Outras pessoas já partem para o lado teoria da conspiração, usando de outras palavras, são os que encontram nas ideias complexas desculpas para as promessas não cumpridas. Como as meninas que não começaram a dieta porque tinham uma semana com muito trabalho e agora iniciou também a faculdade. Já os rapazes, para não parar de beber, alegam que é fim de ano, verão, calor e praticamente todos os amigos ficam insistindo. Com relação ao governo, os mesmos tendem a elaborar uma teoria onde afirmam que se fosse outro governante seria tudo igual. De certa forma a culpa nem é do governo atual, mas das conjunturas políticas mundiais, pelo menos pensam assim. Atitude, nada.
Tem também o grupo dos que tem fé, de acordo com seus pré-juízos um dia as coisas vão mudar e aí sim teremos o resultado que nos cabe. Continuando com o mesmo exemplo, são as meninas que esperam uma receita milagrosa para ficarem magras, sem a necessidade do esforço. Os meninos esperam que aconteça qualquer coisa, na verdade nem esperam tanto assim, que os fará perder a vontade de ingerir bebida alcoólica. De pessoas que pensam assim a atitude que tem diante das promessas não cumpridas é que um dia vai melhorar. Pensam estes que virá um governo que será sério e cumprirá com o que promete, basta que tenhamos fé e esperemos o momento que tudo se realizará.
De qualquer forma, em qualquer uma das maneiras que foram listadas acima, a atitude diante da questão é zero. Em nossa cultura, essa é a minha visão de mundo, nos foi ensinado muita coisa, muitas formas de dar desculpas para a falta de atitude diante de uma promessa não cumprida. Eu não tenho um carro zero na garagem, mas deve ter alguma justificativa para isso, algum motivo, razão, desculpa, ideia de teoria da conspiração que me reporte ao período da colonização que culminou no fato de eu não ter um carro zero na garagem. Em países onde a cultura é de atitude, as promessas são cumpridas pelo simples fato de que não existe espaço para o não cumprimento. Se você cumprir com o que se propõe, não fica justificando, talvez também possa cobrar de governantes que não cumprem.

Rosemiro A. Sefstrom

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