Encontro Nacional

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quarta-feira, 1 de abril de 2015

TEMPOS DE CRISE

Razões para pessimismo não falta. Racionamento de água, energia, petrolão, operação lava-jato, previsão de queda no Pib, popularidade da classe política em níveis muito baixos, preços e juros subindo, endividamento da pessoas físicas em níveis elevados entre outros.

O que é mais grave, a crise econômica, moral ou ética? Várias das maiores autoridades do país estão sob investigação judicial com suspeitas de ilicitudes. Conforme publicado nos principais jornais do país, até o judiciário, supostamente o guardião da legalidade está sob suspeita. Crescentes dúvidas inclusive quanto à imparcialidade do Supremo Tribunal Federal, na sua atual configuração. O Ministério Público parece dar mostras do contrário.

A história vai se repetindo, com os governantes de plantão gerando despesas cada vez maiores. Quando a crise mostra sua cara mais perversa, novamente o cidadão de bem pagador de impostos é quem vai pagar a conta via elevação da carga tributária, taxação de importados, elevação de preços de produtos e serviços públicos, etc..

Teria dito Luiz XIV, Rei da França no século XVII, O Estado Sou Eu. Na atual conjuntura poderíamos dizer que os atuais ocupantes dos maiores cargos públicos via atos dizem O Estado é Meu. Parece que o orgulho de ser brasileiro vai aos poucos desaparecendo. Seria o país do futuro virando um país no descaminho? 

Porém é exatamente nas crises que aparecem as maiores oportunidades para quem se prepara para ela, não obstante haver grandes desafios.

Em épocas favoráveis é fácil crescer, podendo até tornar alguns displicentes e acomodados. Salários podem crescer acima da inflação e da produtividade. Mesmo assim lucros crescem, bem como a arrecadação de impostos. Desequilíbrios nas contas públicas deixam de merecer atenção.

Quando o ciclo virtuoso, que sempre termina cobra seu preço, a insustentabilidade destas situações se tornam visíveis. Para que o salário cresça acima da inflação a produtividade obrigatoriamente tem que crescer também acima da inflação e não menos do que o aumento salarial. Para ganhar mais o trabalhador tem que produzir mais, do contrário o produto ou serviço ficará cada vez mais caro e a venda vai cair, a empresa perde dinheiro e participação de mercado e o trabalhador seu emprego. A produtividade brasileira cresce menos do que os salários e isto é insustentável. O modelo de crescimento pelo consumo se esgotou. A próxima onda de crescimento somente virá pela via do investimento e após reformas necessárias. Investimento acontece em ambiente em que há confiança, o que não existe neste momento no país.

No modelo ideal caberia aos governos em suas várias instâncias, apenas as obrigações constitucionais, deixando a produção totalmente reservada à iniciativa privada, que via concorrência faz produtos melhores com preços mais baixos.

Um país cresce e se torna rico, sendo competitivo, justo, com estado pequeno forte e transparente.

Crises enfraquecem os incautos e fortalecem os que se preparam para estes momentos. Isto vale para as pessoas e para as organizações. Inovação, melhoria de processos, copiar o que outros já fazem bem feito, foco nas necessidades dos clientes, qualificação, criação de oportunidades aos colaboradores, geração de valor, são apenas algumas das atividades praticadas por organizações atentas. Como consequência colhem crescimento contínuo. Momentos de crises são as melhores oportunidades de vencer, ganhar participação de mercado, eliminar concorrentes despreparados e incompetentes. Estará entre os vencedores os que mais rapidamente se adaptarem às novas e cada vez mais rápidas mudanças inevitáveis.

Em momentos de crises, mudanças drásticas e rápidas podem acontecer, criando oportunidades para alguns e grandes riscos para outros. Ser um eterno aprendiz é uma defesa importante hoje e sempre. Fazer melhor hoje do que ontem, melhor amanhã do que hoje e assim sucessivamente.

Tudo isto pode ser muito difícil ou divertido, depende de cada um. O nível de abertura para novas abordagens fará grande diferença. 

Como será a vida das pessoas com alto grau de abertura às novidades cada vez mais rápidas? 

Como será a vida das pessoas com conhecimento presumido e baixo grau de abertura para novidades? 

É esperar para ver.

Por: Aloysio Tiscoski
Fonte: http://aloysiotiscosky.blogspot.com.br/2015/04/tempos-de-crise.html (01.04.2015)

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