Encontro Nacional

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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Trocando as palavras

Nos dias de hoje, é comum ouvir a palavra colaborador para designar os funcionários de uma empresa. Essa nova palavra é utilizada como forma de ressignificar a posição do trabalhador na organização. Porém, em muitas organizações existe a simples troca das palavras operário, funcionário, peão, empregado, pela palavra colaborador. O próprio funcionário sequer tem a ideia do que vem a ser um colaborador e qual o motivo de ser chamado assim num lugar onde recebe ordens e não pedidos. Ser colaborador é ser co-autor, cúmplice do que está acontecendo e não um marionete que é utilizado de qualquer forma. Trocar o nome não necessariamente troca a forma como o objeto é tratado. Tentando desfazer alguns equívocos pode-se pensar em três palavras: sintoma, problema e oportunidade.
Pense no seu trabalho, na própria vida, quantas oportunidades se têm ao longo da vida, assim também como uma grande quantidade de problemas? Não é, no entanto, fácil assim identificar um problema, visto que a maior parte do tempo se lida com sintomas. Um exemplo são os pequenos males como: dor de cabeça, enxaqueca, insônia, gastrite, afta, entre outros. Esses pequenos sintomas são alterações na normalidade física, sendo que essas alterações indicam que algo está errado, a alteração pode ser apenas um sintoma. Mas muitas pessoas sequer se questionam o motivo da insônia, deste modo, tomam comprimidos para dormir e tocam a vida adiante. Em outras palavras, tratam o sintoma e sequer se aproximam do problema que poderiam resolver.
Algumas pessoas não se satisfazem com os sintomas, elas vão em busca do real problema, ou seja, daquilo que precisa ser tratado. Para tanto pensam na própria vida, vão ao médico, vão ao terapeuta, enfim, buscam encontrar o que merece ser tratado para eliminar os sintomas. Algumas ao longo da caminhada percebem que sua insônia é causada pela pressão no trabalho, sendo assim, não adianta tomar medicamento se não melhorar o ambiente de trabalho. Outras ainda percebem que sua gastrite é o medo de não dar o resultado esperado, assim, tomar medicamento para aliviar a dor ajuda, mas não resolve o medo de não dar resultado. Sair do sintoma e encontrar o real problema é um passo importante para se chegar nas oportunidades.
Um problema é uma dificuldade que se tem para cumprir determinado objetivo, ou seja, sdeseja-se algo e não se consegue, aí se encontra problema. De uma forma mais abrangente, qualquer dificuldade pode ser entendida como um problema. Mas, um problema é algo prático, pontual e não necessariamente é uma oportunidade. Quando o motor do carro estraga e tenho que levá-lo à oficina tenho um problema e não uma oportunidade. Trocar uma palavra por outra não muda o fato de que é necessário resolver o problema do carro. Mas como converter esse problema que precisa ser resolvido em oportunidade? Não mudar uma palavra por outra, mas de fato, criar uma oportunidade de um problema.
Em outras palavras, problema se resolve, oportunidade se aproveita. Para uns o dia de levar o carro na oficina pode ser transformado em oportunidade quando ele percebe que neste dia ele pode melhorar seu casamento, fazendo da ida à oficina um momento favorável para levar a esposa para caminhar. Ou pode conversar com o mecânico e talvez fazer um bom negócio com esse carro. O exame atento do problema pode revelar uma possibilidade de fazer melhor, diferente, um problema pode ser uma ocasião favorável. O sintoma continua sintoma, problema continua problema, mas a oportunidade somente alguns conseguem ver. E o colaborador continuará sendo um funcionário que segue ordens, a menos que a ele sejam realmente dadas oportunidades de participar efetivamente das decisões da empresa. 

Rosemiro A. Sefstrom

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