Encontro Nacional

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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Valor não tem preço!

Quando você entra numa loja, pede por um produto e pergunta por aquilo que será cobrado, está falando em valor ou preço? Este é um tema aparentemente fácil de resolver, mas é preciso investigar um pouco melhor antes de atribuir juízos. Um filósofo que pode ajudar a pensar melhor sobre isso é Max Scheler, filósofo alemão que trabalhou com profundidade esta questão, criando inclusive uma tabela que define uma escala de valores. Para ele o valor é anterior ao objetvo, ou seja, a escala de valores é objetiva e independe do objeto em questão.
Quando você chega numa loja e pergunta pelo valor de um produto está cometendo um engano, pois quem atribui valor é você. Caso pergunte sobre o preço, essa sim é a maneira certa, pois quem atribui o preço é o dono do produto. O proprietário estabelece o preço de acordo com uma série de custos que ele tem para produzir e leva em conta ainda a lei da oferta e da procura. Para o proprietário não existe uma hierarquia de preços, cada produto terá uma margem de lucro, algumas maiores, outras menores. O valor é individual e geralmente se dá em escala, ou seja, a pessoa tem uma ligação com o produto, pessoa, conceito, havendo uma ligação entre pessoa e objeto em escala de importância.
A maneira como cada um elabora sua escala de importância depende de vários fatores, mas pode-se resumir dizendo que depende da história de vida da pessoa. Algumas pessoas aprenderam que tem valor aquilo que elas não têm. Para elas, tudo o que elas não tiverem será valorado. Há outras pessoas que aprenderam que tem valor o que os outros dizem que tem valor, assim a elas terá valor o que a televisão disser que tem valor, por exemplo. Há casos de pessoas que dão valor ao que a fé diz que tem valor, sendo assim, o que estiver fora dos conceitos da fé, não terá valor. Existem tantas formas de valorar quantos existem pessoas sobre a terra, nenhuma certa e nenhuma errada, cada uma com o seu jeito.
Há um mito, algumas vezes já relatado, mas não custa relembrar. Midas, rei grego, homem muito ganancioso, queria ser o homem mais rico do mundo. Em certa oportunidade Zeus, rei dos deuses gregos, perguntou-lhe porque não distribuía sua riqueza aos pobres. Midas, por sua vez, disse que se pudesse transformava tudo o que tocasse em ouro. Logo que chegou em casa pediu um banquete, mas não conseguia comer porque tudo o que tocava virava ouro. Enquanto jantava chegou sua filha. O rei a tocou e ela logo se tornou uma estátua de ouro. Esta é apenas uma das centenas de versões que existem.
Midas aprendeu a duras penas a diferença entre dinheiro e valor.. Há um tempo um amigo me contou uma história. Dizia ele que um amigo, muito rico tinha vários carros na garagem, mas os filhos não dirigiam nenhum deles. Não porque não soubessem dirigir, não tivessem carteira ou a permissão do pai, todos eles estavam livres para pegar qualquer um dos carros, mas mesmo assim não os dirigiam. Quando foram questionados sobre o motivo de tal comportamento, relataram que aqueles carros era o que, na vida, o pai mais dava valor. Nenhum deles sentia-se à vontade de dirigir uma coisa que não tinha preço.
Rosemiro A. Sefstrom

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