Encontro Nacional

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sexta-feira, 30 de maio de 2014

Manual de mim!

Vou lhe fazer uma pergunta simples: como é que você funciona? Veja que interessante, quando vamos ao médico, com suas ferramentas, conhecimento da fisiologia, anatomia e outras questões mais, ele sabe dizer se estamos funcionando bem ou mal. Quando nos relacionamos com outras pessoas, algumas vezes alertamos sobre o que gostamos ou não, o que aceitamos ou não, assim acabamos, até certo ponto, dando uma ideia de como funcionamos. Quando vamos preparar um almoço ou até mesmo comer em um restaurante escolhemos os alimentos de acordo com aquilo que nos faz bem. Quando compramos um shampoo também temos o cuidado de escolher um que possa tratar bem nossos cabelos, não deixar caspa, ponta dupla, ressecado. Todas estas questões mostram que num nível bem básico boa parte das pessoas tem que se conhecer um mínimo possível para viver bem.
Mas, em muitos casos, boa parte das pessoas não se conhece a níveis mais profundos que os colocados acima. Quando pergunto pelo seu funcionamento estou pensando um pouco além. Pense no seguinte: quais pensamentos lhe fazem bem, ou seja, no seu dia-a-dia quais os pensamentos que você deveria evitar, por exemplo. Essas questões levaram algumas pessoas com quem trabalho como terapeuta a fazerem um pedido: “Bem que você poderia elaborar um manual de como funcionamos, assim poderíamos consultar as vezes que tivermos dúvidas a respeito de nós mesmos”. O pedido é interessante. A maior parte das pessoas entende que o funcionamento de si próprio se dá de maneira automática, sem que seja necessário fazer nada. No entanto, desde que acordamos até a hora que vamos nos deitar realizamos diversas atividades e muitas delas vão contra o nosso funcionamento.
Para que possamos respeitar o nosso funcionamento existem algumas coisas que podem ser levadas em conta. Vamos começar pelo bem estar subjetivo, quanto que você se sente bem com você mesmo ao longo do seu dia. Outra questão que pode ser observada é se o seu bem estar subjetivo pode ser visto exteriormente, se as pessoas com quem você passa o seu dia veem que você está bem. Também é interessante observar se quando você está bem as pessoas ao seu redor também estão bem. Uma recomendação: estar bem consigo mesmo machucando quem está ao seu redor não vale, estar bem consigo mesmo também pode fazer as pessoas ao seu redor estarem bem. Existem muitas outras questões que que poderiam ser observadas para saber se você está bem, mas estas já servem como início.
A partir do momento em que você começa a se observar, provavelmente vai perceber diversas pequenas coisas que antes passavam despercebidas. Algumas delas boas, outras podem ser que nem tanto. Quando isso acontecer, não fique pensando mal de si mesmo, mas veja como algo a ser melhorado. Ao se perceber procure ver como é que você funciona para cada atividade. Quando chega em casa e conversa com a esposa, o assunto lhe faz bem? Se não faz bem, troque de assunto, fale sobre outra coisa. Não estou falando de assuntos necessários, mas de assuntos fúteis, como a briga interminável das mulheres na novela. Quando estiver pensando, pense no que está pensando e veja se seus pensamentos lhe fazem bem.
Ao olhar para você mesmo durante alguns dias muitas questões podem aparecer e serem trabalhadas. Muitas delas, com um pouco de paciência consigo mesmo, se pode melhorar sozinho. Quando tiver dificuldade para fazer, peça ajuda: pode ser a esposa, esposo, amigo, uma boa leitura, filme. Caso seja necessário, existem profissionais que podem lhe ajudar. Elaborar um manual de si mesmo é um caminho para se viver melhor.

Rosemiro A. Sefstrom

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