Encontro Nacional

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quinta-feira, 6 de março de 2014

Vida Virtual

Segundo algumas pessoas, o computador é o grande responsável pelo novo estilo de vida: a vida virtual. No entanto, muito antes disso, a vida virtual já era vivida desde os tempos mais antigos através dos livros. Tempos depois se possibilitou a vida virtual pelo cinema, invento que revolucionou o entretenimento na França e se espalhou pelo mundo. Nos últimos tempos, o telefone logo se tornou uma forma de se viver virtualmente. Em nossos dias as ferramentas para uma vida virtual se tornaram muito próximas às pessoas. Diferente do livro, cinema, telefone, o ambiente virtual atual é aberto, envolvendo redes sociais, ou seja, o espaço é compartilhado por pessoas de diversos lugares.
O intuito aqui não é definir ou explanar sobre a vida virtual, mas fazer entender que tanto o virtual quanto o real é vida. Um filósofo, René Descartes, em seu trabalho filosófico coloca que nosso corpo é nada mais que um ponto de referência para nossa vida intelectual. Para ele a existência do mundo e das coisas que sentimos se dá pelo fato que Deus é perfeito e não nos enganaria. Para Descartes, assim como para Platão, há uma diferença entre a vida que se tem no intelecto, ou seja, no pensamento e a vida que levamos nas sensações, o corpo. Tanto um quanto o outro filósofo concordam que as sensações estão separadas dos pensamentos.
Em Filosofia Clínica se concorda que as senações e os pensamento estão separados, mas em cada pessoa se unem em diferentes intensidades. Assim, algumas pessoas têm uma vida mais focada nas ideias do que nas sensações. Outras pessoas têm uma vida mais sensorial do que no pensamento. Há ainda a ligação entre as sensações e o pensamento, sendo que a medida que os pensamento se ligam às sensações será o tanto em que um poderá interferir no outro.
E a vida virtual? O que tem a ver? A vida virtual é uma que se processa praticamente no pensamento, desprezando o corpo. É um tipo de vida que é tida como irreal por não envolver corpo e mente, mas somente o corpo. No entanto uma vida virtual para muitas pessoas é muito melhor e mais real do que aquela que elas levam no dia-a-dia. Não é difícil de perceber que o menino, a menina, sente que sua vida no Orkut, Facebook, twiter, etc, é tão real quanto a que ele está vivendo.
Levando esse sentido ainda mais longe, considere quantas pessoas vivem radicalmente o que acontece nas novelas que assistem. Pode-se dizer que só assistem, mas se pergunte quanto tempo será que a pessoa que assiste a estas novelas se dedica a pensar nelas? Quanto tempo será que se dedicam a pensar e comentar o Big Brother? Viver, assim como qualquer outra palavra só terá significado segundo cada pessoa. Não interessa se é virtual, real, esquizofrênica, esta vida será tão vida quanto qualquer outra, na medida que assim o seja para a pessoa.

Rosemiro A. Sefstrom

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